Já parou para pensar que quando uma coisa é muito boa, ninguém se refere a ela como “complicadamente perfeita”? Não! Ninguém usa essa expressão. Quando algo é bem feito você diz (às vezes até incrédulo) “isso é simplesmente perfeito!”. Levando isso em consideração, peço que não confunda simples com simplista. Note que leva muito tempo para se chegar até o “simples”. Já dizia Voltaire: “(…) se eu tivesse tempo, teria escrito esta carta mais curta…”.
Enquanto o simples demanda introspecção, empatia, trabalho, capacidade de conectar os pontos, tolerância ao erro, entre outras virtudes, o simplista tende ao egoísmo e à preguiça. A pessoa que busca o simples, geralmente está profundamente preocupada com a essência ou universalidade das coisas, já o simplista abraça a primeira solução que lhe ocorre – mesmo que esta solução seja momentânea e gere constantes retrabalhos.
Já trabalhei com pessoas simplistas e pude notar que elas utilizam essa característica, às vezes de forma inconsciente, como ferramenta de gestão dos seus empregos, me explico: de maneira geral, as soluções encontradas por pessoas simplistas são cheias de atalhos que só eles conhecem e com isso acabam criando a ilusão de que apenas eles são capazes de executar determinada tarefa. Pura cortina de fumaça, façam o teste! Basta investir alguns minutos do seu tempo e inteligência e vocês perceberão o que estou falando.